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Carlos Marques de Almeida 14:00
Exame final
O Governo escolheu uma ministra da Educação politicamente inábil e que transformou o Ministério numa autêntica bomba-relógio.
Carlos Marques de Almeida
Na realidade, em Portugal ninguém quer avaliar e ninguém quer ser avaliado. Espantoso é que os professores, cuja função é ensinar e avaliar, recusem qualquer tipo de avaliação. Temperamentos de um país original.
Refira-se a propósito que uma avaliação em Portugal implica um processo burocrático, um conjunto de critérios políticos e a certeza científica da arbitrariedade. Aliás, o pavor nacional à avaliação tem uma longa e honrosa história. Em Portugal, avaliar significa separar e distinguir, encontrar os melhores e identificar os piores, logo a avaliação será sempre um instrumento que estimula e produz a desigualdade. Para além do ressentimento e da pequena inveja, a avaliação contraria os mecanismos de integração e perturba o sentimento de igualdade, introduzindo uma componente elitista na sociedade que se quer justa e sem esforço. Assim reza a cartilha do politicamente correcto.
Em relação ao Governo, a preocupação central não se dirige à avaliação de rigorosamente nada. Num país em que a regulação não regula e a supervisão não supera, os professores surgem na avalanche de uma batalha política. No Governo não existe a preocupação com a qualificação dos professores ou com a qualidade do ensino. O objectivo é controlar a Função Pública com um regime de quotas administrativas, gerindo tensões, carreiras e salários de modo perverso. No entanto, e de forma algo cínica, o pacote político exclama as virtudes da avaliação democrática e enaltece o princípio do mérito e da excelência. No Governo e no Ministério da Educação, a avaliação é um procedimento centralista e “stalinista”, em que domina a mentalidade burocrática e a preocupação com o ‘deficit’. Só em Portugal todo este processo pode ser apresentado como uma reforma. Triste, mas hilariante.
O grande sucesso do Ministério da Educação é ter transformado os professores em novos proletários, ao mesmo tempo que encara o professor como um engenheiro social. Entretanto, o secular convívio com a ignorância alastra às novas gerações.
O Governo tenta disfarçar o flagrante fiasco do projecto educativo democrático. E para tal escolheu uma ministra da Educação politicamente inábil e que transformou o Ministério numa autêntica bomba-relógio. A mão invisível de Sócrates vai suportando a política e mantendo artificialmente a ministra. A este ritmo infernal, o tic-tac da Educação ainda vai rebentar na mão invisível de Sócrates. Se a Educação é o futuro, então Portugal não tem destino possível.
NaturezaDasCoisas@gmail.com
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Carlos Marques de Almeida, ‘Senior associate’ do St. Antony’s College, Oxford
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QUEM TERÁ SIDO O PROPRIETÁRIO DESTA VIATURA?
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Esta nova figura criada pela anunciada Reforma da Administração Pública tinha desaparecido do léxico habitual entre cidadãos.
Desde o fim da guerra colonial que esta figura não era "vista" em Portugal.
Chegou com o ano de 2007, mas com um sentido oposto ao do próprio termo. Em condições normais, mobilizar, indicia movimento, mas na Administração Pública Portuguesa passou a indiciar paragem - inactividade - desemprego.
Está previsto remeter 75 000 (setenta e cinco mil funcionários públicos) para a situação de mobilidade (parados).
Os custos sociais, económicos e financeiros vão ser enormíssimos.
Portugal necessita de criar riqueza e esta só nasce fruto do trabalho. Impedir funcionários de trabalhar só contribui para aumentar a pobreza e a exclusão.
Só o trabalho gera inovação e riqueza.
Se queremos que Portugal cresça e se desenvolva é fundamental criar as condições para que os cidadãos trabalhem.
É necessário transmitir confiança aos investidores.
É preciso criar condições para aumentar o n.º de postos de trabalho.
Desde o fim da guerra colonial que esta figura não era "vista" em Portugal.
Chegou com o ano de 2007, mas com um sentido oposto ao do próprio termo. Em condições normais, mobilizar, indicia movimento, mas na Administração Pública Portuguesa passou a indiciar paragem - inactividade - desemprego.
Está previsto remeter 75 000 (setenta e cinco mil funcionários públicos) para a situação de mobilidade (parados).
Os custos sociais, económicos e financeiros vão ser enormíssimos.
Portugal necessita de criar riqueza e esta só nasce fruto do trabalho. Impedir funcionários de trabalhar só contribui para aumentar a pobreza e a exclusão.
Só o trabalho gera inovação e riqueza.
Se queremos que Portugal cresça e se desenvolva é fundamental criar as condições para que os cidadãos trabalhem.
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