200 trabalhadores em mobilidade especial
10 | 12 | 2008 19.28H
Cerca de 200 trabalhadores da Autoridade Florestal Nacional (AFN) vão passar para o quadro de mobilidade especial, denunciou hoje o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP) , que já ameaçou recorrer aos tribunais.
Destak/Lusa | destak@destak.pt
O dirigente do SINTAP, José Abraão, disse à agência Lusa que os trabalhadores foram "apanhados de surpresa" com a informação publicada hoje no Diário da República, visto que, também só hoje, começaram a receber as cartas a informar da passagem para a mobilidade especial.
"Primeiro publica-se no Diário da República e só depois se informam os trabalhadores, demonstrando uma grande falta de respeito com esses mesmos funcionários", salientou.
José Abraão diz que são 197 os trabalhadores da AFN que vão passar para a mobilidade especial, sendo que 99 são da região Norte, com maior incidência em Amarante, cerca de 50 no Centro e mais cerca de 50 no Sul.
Segundo acrescentou, os trabalhadores afectados representam 18 por cento dos 1122 funcionários da autoridade florestal.
"São suprimidos 197 postos de trabalho e logo os de mais baixos salários", frisou.
Acrescentou que os funcionários em causa são principalmente mecânicos, tractoristas, tratadores de animais, encarregados, viveiristas ou motoristas, mas entre as cerca de duas centenas também se encontram dois médicos veterinários.
"A estes trabalhadores correspondem funções importantes e que continuam a ser necessárias conforme reconhecem vários dirigentes dos serviços da AFN", referiu José Abraão.
O SINTAP "estranha" a "urgência" em extinguir estes postos de trabalho e por isso mesmo, segundo afirmou o responsável, os trabalhadores poderão recorrer aos tribunais, apresentando providências cautelares.
O sindicalista diz que não entende "esta pressa" da AFN, visto que, no início do ano, entra em vigor a Reforma da Administração Pública que poderia tratar esses mesmos trabalhadores de "forma diferente".
O "desagrado" e a "injustiça" poderão levar ainda os funcionários a concentrações, junto aos governos civis de todo o país.
"Os trabalhadores exigem do Governo a manutenção dos seus postos de trabalho na sequência dos apoios que o mesmo Governo tem dado a outros sectores privados para a manutenção desses postos de trabalho", frisou.
Referiu ainda que, perante este cenário de "indignação e incompreensão", os dirigentes da AFN e dos serviços regionais cancelaram a festa de Natal que estava programada para os próximos dias.
José Abraão vai mais longe nas críticas e denuncia que este "é o primeiro passo para entregar os serviços a empresas privadas".
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Esta nova figura criada pela anunciada Reforma da Administração Pública tinha desaparecido do léxico habitual entre cidadãos.
Desde o fim da guerra colonial que esta figura não era "vista" em Portugal.
Chegou com o ano de 2007, mas com um sentido oposto ao do próprio termo. Em condições normais, mobilizar, indicia movimento, mas na Administração Pública Portuguesa passou a indiciar paragem - inactividade - desemprego.
Está previsto remeter 75 000 (setenta e cinco mil funcionários públicos) para a situação de mobilidade (parados).
Os custos sociais, económicos e financeiros vão ser enormíssimos.
Portugal necessita de criar riqueza e esta só nasce fruto do trabalho. Impedir funcionários de trabalhar só contribui para aumentar a pobreza e a exclusão.
Só o trabalho gera inovação e riqueza.
Se queremos que Portugal cresça e se desenvolva é fundamental criar as condições para que os cidadãos trabalhem.
É necessário transmitir confiança aos investidores.
É preciso criar condições para aumentar o n.º de postos de trabalho.
Desde o fim da guerra colonial que esta figura não era "vista" em Portugal.
Chegou com o ano de 2007, mas com um sentido oposto ao do próprio termo. Em condições normais, mobilizar, indicia movimento, mas na Administração Pública Portuguesa passou a indiciar paragem - inactividade - desemprego.
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