Extraído de: DiarioEconomico.com:
Em entrevista à SIC, José Sócrates disse: "Esta reforma é para levar a sério mas é para ser feita com os funcionários públicos e não contra eles".
O primeiro-ministro referiu, a título de exemplo, que os trabalhadores que sejam colocados em situação de mobilidade especial, ao fim de um ano recebem dois terços do salário, que podem acumular com outro emprego.
"Esta Reforma da Administração Pública é feita em nome de um valor, que é a qualidade dos serviços prestados, e não para poupar dinheiro".
Estas afirmações de José Sócrates suscitam outras tantas questões:
1.ª- como é que "esta reforma ... é para ser feita com os funcionários públicos e não contra eles" e esses mesmos funcionários públicos, pelo menos os que estão a ser dispensados, foram afastados do processo, não têm acesso a qualquer informação e desconhecem, em absoluto, tudo o que aos mesmo diz respeito?Em entrevista à SIC, José Sócrates disse: "Esta reforma é para levar a sério mas é para ser feita com os funcionários públicos e não contra eles".
O primeiro-ministro referiu, a título de exemplo, que os trabalhadores que sejam colocados em situação de mobilidade especial, ao fim de um ano recebem dois terços do salário, que podem acumular com outro emprego.
"Esta Reforma da Administração Pública é feita em nome de um valor, que é a qualidade dos serviços prestados, e não para poupar dinheiro".
Estas afirmações de José Sócrates suscitam outras tantas questões:
Onde estão a clareza e transparência?
Como é que nestas circunstâncias é cumprido o Princípio da Boa Fé?
2.ª- estando a economia a crescer abaixo da taxa que possibilita a criação de emprego, estando a taxa de desemprego a níveis há muito não vistos e estando os funcionários dispensados num escalão etário que, dificilmente, lhes permitirá reiniciar uma carreira, como é que se pode, em consciência afirmar que a mobilidade até permite "acumular com outro emprego"?
3.ª- então se a reforma não é para poupar dinheiro porque é que se está a impedir funcionários, competentíssimos, de continuar a colaborar para a criação de riqueza em Portugal?
A reforma(?) que está em curso está a seguir rumos de todo contrários àqueles que foram seguidos com sucesso noutros países. Estes, contrariamente, ao que se passa em Portugal, consideram que só o trabalho cria riqueza.
Não será estranho à situação que o País vive, o seu continuo afastamento dos países de referência. as medidas que estão a ser tomadas de promoção do desemprego, como é a concretização da projectada mobilidade.