Mobilidade causa dificuldades económicas a funcionários
Economia | 2008-01-18 12:41
lei da mobilidade especial está a atingir funcionários públicos de todas as carreiras, com mais ou menos habilitações, deixando muitos deles em situação económica dificil e outros inconformados com o desfecho do seu percurso profissional.
Maria João Caldeira e o marido foram dois dos trabalhadores que a Direcção Regional de Agricultura do Alentejo colocou em situação de mobilidade especial a 10 de Agosto de 2007 e que já estão a receber menos um sexto do vencimento que auferiam.
O casal trabalhava na zona agrária de Campo Maior, onde só ficou um dos 7 funcionários.
Maria João, 48 anos de idade e 30 de serviço, tem o equivalente ao 11ºano de escolaridade e estava no topo da carreira administrativa, recebendo um salário de 1.032 euros que agora está reduzido a 860,10 euros.
Foi colocada em situação de mobilidade especial apesar de ter sido avaliada com Bom em 2005, tal como o marido.
O marido, José Caldeira, 58 anos de idade e 43 de serviço, tem o bacharelato de engenharia agrónoma e estava na carreira técnica.
José Caldeira tinha requerido a aposentação por invalidez mas não a conseguiu e foi colocado em mobilidade especial.
O casal, com apoio sindical, interpôs processos em tribunal para tentar inverter a situação e voltar ao seu posto de trabalho.
Esta é a única esperança de Maria João, que disse à agência Lusa não acreditar na possibilidade de recolocação e muito menos de encontrar um emprego no sector privado.
"É muito dificil encontrar um emprego no sector privado e se surge uma oportunidade acaba por não dar em nada porque ninguém está interessado em contratar uma pessoa como eu que pode, em teoria, ser chamada a qualquer momento para ser recolocada ou para uma acção de formação", disse.
Entretanto o casal Caldeira vai poupando em tudo o que pode para assegurar a subsistência da família, que conta com quatro filhos de 20, 17, 16 e 12 anos de idade.
"Cortamos em tudo o que podemos mas não está fácil gerir o orçamento familiar com menos um sexto no meu salário e no do meu marido, e até os subsidios de refeição fazem falta, sobretudo quando se tem um filho no ensino superior".
O filho mais velho está no segundo ano de agronomia em Castelo Branco e como está a muitos quilómetros de casa tem de pagar o aluguer de um quarto, além de todas as restantes despesas inerentes a qualquer curso superior.
"Os dois subsidios de refeição que perdemos davam para pagar o quarto do meu filho por isso agora estamos um bocado aflitos para ele continuar estudar mas vamos fazendo alguns sacrificios. O pior será no próximo ano lectivo pois tenho outra filha em idade de entrar para a faculdade e com excelentes notas", disse à Lusa.
"Não sei como é que nos vamos arranjar mas não vou dizer à minha filha que desista de tirar um curso superior porque alguém decidiu retirar o posto de trabalho aos pais", acrescentou em tom de desabafo.
Para Maria João o mais duro da situação em que se encontra, a par das dificuldades económicas, é não saber porque foi colocada em mobilidade especial e ninguém ter tido em conta o facto de se tratar de um casal.
Mas, segundo esta funcionária pública em mobilidade, existem situações mais dramáticas que a sua.
Referiu o caso de um colega, que tinha funções e salário mais modestos que o seu, que está a receber (depois do corte de um sexto da remuneração base) menos que o Salário Mínimo nacional e tem a seu cargo dois irmãos deficientes.
João José Carrilho, 55 anos de idade e 33 de serviço, é engenheiro agrónomo no topo de carreira e também estava colocado na zona agrária de Campo Maior, depois de ter desempenhado várias funções, até de chefia, em vários departamentos da Direcção Regional da Agricultura e Pescas do Alentejo.
Chegou a ser assessor de Alvaro Amaro, quando este foi secretário de Estado da Agricultura, mas agora está como muitos outros funcionários públicos em situação de mobilidade especial sem saber o que lhe reserva o futuro.
`A Lusa não se queixou da quebra no salário, pois a familia vive desafogadamente e os dois filhos já estão formados, mas sim da perda do posto de trabalho.
"Sinto-me atingido na minha dignidade pessoal pois não se afasta assim um trabalhador sem uma explicação", disse afirmando que ao longo do seu percurso profissional deu provas de que tem habiliatções, aptidões e competência para desempenhar várias funções.
"Eu até aulas dei no Instituto Superior de Agronomia, onde me licenciei", lembrou.
João Carrilho tem aproveitado o tempo livre que lhe foi imposto à força pela situação de mobilidade especial, desde 10 de Agosto, para se actualizar e estudar algumas matérias que lhe parecem importantes para sua área de trabalho, nomeadamente a agricultura biológica.
Não recusa ser recolocado noutro local mas tem pouca esperança nisso porque até agora só teve conhecimento de três funcionários que foram reintegrados na divisão de Portalegre, "mas estes tinham fortes ligações ao Partido socialista".
Como não percebe porque foi colocado em mobilidade especial, dado que a notificação era igual para todos, "pior que uma guia de marcha", João Carrilho assegurou à Lusa que vai continuar a lutar pelo direito ao posto de trabalho.
Além do processo em tribunal, com vista à reintegração, disse pretender concorrer a vagas que surjam na Direcção Regional da Agricultura do Alentejo, sedeada em Évora, e que sejam compatíveis com as suas habilitações, nomeadamente a director de serviços.
Lusa / AO online
DE TODOS QUANTOS FORAM COLOCADOS ILEGALMENTE EM SITUAÇÃO DE MOBILIDADE ESPECIAL
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sábado, 19 de janeiro de 2008
Mobilidade causa dificuldades económicas a funcionários
QUEM TERÁ SIDO O PROPRIETÁRIO DESTA VIATURA?
QUEM TERÁ SIDO O PROPRIETÁRIO DESTA VIATURA?
MOBILIZADOS
Esta nova figura criada pela anunciada Reforma da Administração Pública tinha desaparecido do léxico habitual entre cidadãos.
Desde o fim da guerra colonial que esta figura não era "vista" em Portugal.
Chegou com o ano de 2007, mas com um sentido oposto ao do próprio termo. Em condições normais, mobilizar, indicia movimento, mas na Administração Pública Portuguesa passou a indiciar paragem - inactividade - desemprego.
Está previsto remeter 75 000 (setenta e cinco mil funcionários públicos) para a situação de mobilidade (parados).
Os custos sociais, económicos e financeiros vão ser enormíssimos.
Portugal necessita de criar riqueza e esta só nasce fruto do trabalho. Impedir funcionários de trabalhar só contribui para aumentar a pobreza e a exclusão.
Só o trabalho gera inovação e riqueza.
Se queremos que Portugal cresça e se desenvolva é fundamental criar as condições para que os cidadãos trabalhem.
É necessário transmitir confiança aos investidores.
É preciso criar condições para aumentar o n.º de postos de trabalho.
Desde o fim da guerra colonial que esta figura não era "vista" em Portugal.
Chegou com o ano de 2007, mas com um sentido oposto ao do próprio termo. Em condições normais, mobilizar, indicia movimento, mas na Administração Pública Portuguesa passou a indiciar paragem - inactividade - desemprego.
Está previsto remeter 75 000 (setenta e cinco mil funcionários públicos) para a situação de mobilidade (parados).
Os custos sociais, económicos e financeiros vão ser enormíssimos.
Portugal necessita de criar riqueza e esta só nasce fruto do trabalho. Impedir funcionários de trabalhar só contribui para aumentar a pobreza e a exclusão.
Só o trabalho gera inovação e riqueza.
Se queremos que Portugal cresça e se desenvolva é fundamental criar as condições para que os cidadãos trabalhem.
É necessário transmitir confiança aos investidores.
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